Rio Paranapanema

História do Rio:



Rio Paranapanema
Onde tudo começou

O rio Paranapanema foi o ponto de partida para a instalação de várias cidades no interior paulista e continua sendo importante para o desenvolvimento, não só da região, mas de todo o Brasil, pois nele concentram-se importantes hidrelétricas que abastecem grandes cidades, como São Paulo.

Origem do Nome Paranapanema

 Também chamado, antigamente. De Paranapane ou Paraná Pane, de Pabaquario ou Paraquario, o nome Paranapanema é a junção de “paraná”, que significa “rio” em tupi, e “panema”, que significa “imprestável” ou “sem valor”. Talvez os índios tivessem dado essa conotação pelo fato da pouca navegabilidade ou escassez de peixes.
O traçado do rio Paranapanema já aparece em mapa do Brasil de 1574.
Historicamente por volta de 1630, os bandeirantes paulistas desbravaram as terras localizadas na região do Rio Paranapanema, caçando índios. As tribos dos Caigangues, Tupinambás e dos Guaranis foram sendo dizimadas pouco a pouco pelos colonizadores, pela violência  ou por doenças como a malária.
Durante os séculos XVI e XVII foi utilizada, para exploração e colonização, uma rede de caminhos primitivos, trilhada pelos índios Guaranis, servindo de guia para os europeus. A partir da metade do século XVIII, surgiu o tropeirismo, que formalizou uma rota que seria usada nos 200 anos seguintes, povoando desde cidades até campos e o alto da serra.
Somente no início do século XVIII é que começou a exploração do ouro na região, o que perdurou até meados do século XIX.
Com vista à expansão da lavoura de café, por volta de 1886, iniciou-se uma expedição na região, chefiada pelo engenheiro Teodoro Sampaio e organizada pela Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo, que se intensificou até o início do século XX.

A Expedição tinha como objetivo pesquisar e estudar, entre outras coisas, as condições de navegação do rio Paranapanema.
A construção da Estrada de Ferro Sorocabana, constituída em 1871, cruzou o Paranapanema em 1908, promovendo grande progresso, melhorando a qualidade de vida na região e atraindo imigrantes de várias partes do mundo, como alemães, japoneses e italianos.

Os peixes do Paranapanema:

O rio Paranapanema nunca teve uma grande quantidade de peixes, se comparado aos rios Tietê e Paraná. A principal causa é o grande número de quedas d´água.
Da foz ao Salto Grande, o rio ainda possuía uma boa quantidade e qualidade de fauna. O salto, porém, era um grande obstáculo. O paranapanema abria-se em duas grandes quedas paralelas, uma de 9,15 metros e outra de 7,30 metros, impossíveis de serem superadas pelos peixes na época da piracema, salvo em enormes cheias, que determinavam o perfil do povoamento de peixes na parte mais alta da bacia.
A menor piscosidade é resultante também da temperatura das águas do Paranapanema, um pouco mais frias do que as do rio Paraná. Outra dificuldade para os peixes é o fato do rio Paranapanema ser mais estreito e contido pelas margens, sendo naturalmente menos populoso em peixes do que um rio com várzea, na qual se concentram fontes de alimento. Os peixes mais representativos do rio Paranapanema são os dourados, piracanjuvas, pacus e piaparas. Praticamente não se encontram mais jurupoca e jaú, mas se pode pescar muito pacu em Jurumirim; durados. Acima de Salto Grande; corvina, dourado, surubim, carpa e pacu em Chavantes.

O rio Paranapanema é um dos rios mais importantes do interior do estado de São Paulo. Ele é um divisor natural dos territórios dos Estados de São Paulo e Paraná.
           
O rio Paranapanema tem uma extensão total de 929 km em um desnível de 570m, desenvolvendo-se no sentido geral leste-oeste e desenvolvimento no rio Paraná numa altitude de 239m aproximadamente.

As nascentes do rio Paranapanema estão localizadas na serra Agudos Grandes em Capão Bonito muito próximo da divisa dos municípios de Eldorado e Ribeirão Grande, no Sudeste do estado de São Paulo, a aproximadamente 100 km da costa Atlântica, numa latitude de 24°51’ sul e longitude 48°10’ oeste, a cerca de 900m acima do nível do mar.
O rio Paranapanema, das nascentes até a foz do rio Itararé, corre em território paulista; a jusante deste ponto faz fronteira entre os estados do Paraná e de São Paulo.
 A declividade média total do rio Paranapanema, desde suas nascentes até a desembocadura no rio Paraná é de 61 cm/km. Não considerando os primeiros 100 km, onde o rio desce a serra de Paranapiacaba, a declividade média é de 43 cm/km, valor relativamente baixo para um percurso tão extenso de 820 km.
Ele é tão importante que tem o seu próprio dia, criado pela Lei Estadual 10.488/99 (Antônio Salim Curiati), (sancionada pelo Governador Mário Covas), designado 27 de agosto.
O Paranapanema é o rio menos poluído do estado de São Paulo.
O rio Paranapanema divide-se em três trechos principais:

Baixo Paranapanema

Da foz, no rio Paraná, até Salto Grande, com 421 km de extensão. Apresenta uma declividade média de 29 cm/km, larguras superiores a 200m nos trechos mais profundos e nos trechos rasos, larguras que chegam a atingir 800m. Os raios de curvatura são da ordem de 1.000 m. O curso é muito pouco sinuoso, apresentando um total equilíbrio horizontal, com exceção, somente, do trecho nas proximidades da embocadura no Paraná, onde nota-se a existência de bancos de areia móveis e ilhas.

Médio Paranapanema

De Salto Grande até a confluência do rio Apiaí-Guaçu, com 328 km de extensão.
Apresenta um desnível total de 210m. Não se pode falar em declividade média para este trecho, uma vez que, com a construção de várias barragens para fins de aproveitamento hidrelétrico, este desnível está, em sua maior parte, concentrado.

Alto Paranapanema
Bacia Paranapanema-Paraná
Da confluência do rio Apiaí-Guaçu, até as nascentes, na serra de Agudos Grandes, com uma extensão total de 180Km. Apresenta uma declividade média bastante elevada de 150 cm/km. Drenando uma série de ribeirões que descem da serra de Paranapiacaba, o Alto Paranapanema vai ganhando porte e se consolida ao receber os rios Itapetininga e Apiaí-Guaçu.

A navegação no rio Paranapanema é praticada, basicamente, do baixo curso até o porto Euclides da Cunha, a jusante da corredeira da Coroa do Frade, numa extensão de cerca de 70 quilômetros, contados a partir da foz do rio Paraná. Essa navegação é feita em caráter bastante precário. Em condições naturais, a profundidade mínima neste trecho, em estiagem, é de cerca de 1,50 metro.
Nos últimos 421 quilômetros a jusante, percurso entre a foz e a barragem de Salto Grande, a declividade média é de 29 centímetros por quilômetro.
Os principais acidentes naturais que interrompem ou prejudicam a navegação são: banco basáltico, rochas aflorantes,  velocidade da corrente reduzida, pouca profundidade, canal estreito no meio do rio, velocidade da corrente elevada, movimento ondulatório, canal sinuoso, bancos de areia e trechos com forte declividade.
As grandes reservas de água, acumuladas nas barragens superiores, têm uma influência considerável no regime do rio, em seu curso médio. No curso inferior, esta influência é mais reduzida, não influindo de toda forma nas condições naturais que impedem totalmente a navegação.
Dezenas de municípios foram fundados na região do Rio Paranapanema, entre eles: Capão Bonito, Avaré, Piraju, Assis, Ourinhos, Salto Grande, Presidente Prudente, Paranapanema, Teodoro Sampaio, Rosana, etc.
Com a construção das barragens no rio Paranapanema para a construção de usinas hidrelétricas (são dez em todo o seu curso), houve profundas alterações no regime hídrico e no meio ambiente em torno do Rio. Os grandes reservatórios como o de Chavantes, Jurumirim e Capivara, trouxeram grandes modificações, pois são lagos, nos quais as águas ficam até 450 dias antes de sair. Nas outras usinas, como em Salto Grande, por exemplo, chamadas de fio d´água, as águas param apenas 36 horas.
Porém, é incontestável que a chegada das usinas trouxe um grande desenvolvimento, tanto para o campo, quanto para a cidade. As usinas trouxeram não somente energia elétrica, mas também o uso múltiplo dos reservatórios, visando aumentar o turismo, a irrigação das lavouras, atividades  de extração mineral (areia) e a pesca profissional e esportiva, além de proporcionar passeios turísticos e esportes aquáticos.