História


HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO
 
              Os primeiros habitantes da região de Salto Grande foram os índios das tribos Caiuás, Guaranis e Xavantes, que habitavam as vertentes do rio Paranapanema. Viviam às margens do caudaloso e lendário rio, onde o Estado de são Paulo se divide com o Estado do Paraná.
              As margens do rio eram revestidas de espessa mata, ainda virgem, com soberbas e frondosas perobas, em cujas copas altaneiras se destacavam as maritacas tagarelando e as arapongas, com o seu martelar, que podia ser ouvido a distância. Quando a tarde caía, as andorinhas, às centenas, faziam revoadas e com seus vôos rasantes iam banhar seus peitos brancos nas águas correntes do rio. Velhos ipês, roxos e amarelos, que, ao soprar da brisa, suas flores amadurecidas caíam e se espalhavam pelas margens do rio e se misturavam à paisagem, coloriam vasta extensão, completando a paisagem com extrema beleza e perfeição.
              Ali esses indígenas comungavam perfeitamente com esse cenário, vivendo em extrema harmonia com a natureza.
 
Origem do nome 
 
     Yucumã vem da língua tupi-guarani e significa “Salto Grande”. O  nome Salto Grande originou-se do fato de que na região existia uma grande queda d´água, que se localizava exatamente em uma ilha do rio Paranapanema.
     Anteriormente, Salto Grande era conhecido como “Salto Grande do Paranapanema” ou “Cachoeira dos Dourados”. Só a partir de 1922 é que passou a chamar-se somente Salto Grande.
     Existe evidências de que em 1864 houve uma tentativa de aldeamento em Salto Grande do Paranapanema ou Cachoeira dos Dourados, pois em 31 de agosto de 1860 foi transcrita no Cartório de Registro de Imóveis de Santa Cruz do Rio Pardo, sob o nº: 1193, uma escritura de doação na qual consta como doadora dona Antonio Maria Batista e seu filho, Joaquim Antônio Moreira, e como donatária Nossa Senhora do Patrocínio. No entanto, em 1856, José Teodoro de Souza, já apresentara para registro uma posse de terras que principiava em Salto Grande ou Cachoeira dos dourados e terminava na embocadura do Tibagi.
     Foram então os desbravadores, como José Teodoro de Souza e o Coronel Pedro Silvio Pocay, que deram origem a um povoado na região. José Teodoro trouxe das terras de Minas Gerais seus familiares, parentes e amigos, e, reunindo homens fortes, com eles desceu o rio Turvo e o rio Pardo, chegando a Salto Grande.
     Por sua vez, o Coronel Pedro Silvio Pocay, homem modesto, imigrante italiano, que gostava de lidar com a terra, tratou logo de adquirir uma gleba de terras nas imediações do povoado. Como tinha um carisma especial no trato com as pessoas, conseguiu conquistar e dominar os habitantes do povoado, inclusive os remanescentes dos índios, que vinham da outra margem do rio Paranapanema, os quais conquistava com pequenos presentes, como fósforos, toucinhos, cachaça e outras bugigangas que eles aceitavam com inusitada alegria. Isso impunha respeito por todos que o conheciam e também porque o Coronel Pocay tentava solucionar todos os problemas que lhe apresentavam.
     Com a ordem de exploração do rio Paranapanema, em 1886, dada pelo Conselheiro João Alfredo Correia, presidente da Província de São Paulo, chega à região uma comissão designada para a exploração, e com ela vem o engenheiro Teodoro Sampaio.
     Quando chegaram a essa região, encontraram algumas famílias no lugarejo, que viviam da caça, da pesca e do cultivo de produtos para sua subsistência. A região era quase deserta, com muita mata, animais ferozes e índios.
     Frei Pacífico de Monte Falco, trazido da Itália, em 1843, pelo Barão de Antonina, possuidor de extensas sesmarias no Norte do Paraná e Sul de são Paulo, foi encarregado de catequizar os índios Caiuás e Xavantes que na época viviam na região.
     Assim começava a cidade de Salto Grande, com grandes desafios pela frente e com muito trabalho para ser colonizada e organizada.
     Em 14 de abril de 1891, foi criado o distrito de Paz do Salto Grande do Paranapanema, tendo como governador do Estado, na época, o Dr. Américo Brasiliense de Almeida Melo.
     A influência do Coronel Pedro Silvio Pocay fez com que, em 19 de dezembro de 1906, Salto Grande fosse elevada à categoria de Vila.
     O município de Salto Grande do Paranapanema foi criado somente em 27 de dezembro de 1911, por meio da Lei Estadual nº: 1.294, sendo desmembrado de Santa Cruz do Rio Pardo.
     O nome do município foi modificado em 8 de dezembro de 1922, passando a denominar-se apenas Salto Grande. 
De capela à município
     Da formação de uma capela ao estabelecimento de um município, existe um percurso de denominações.
     Capela: pequeno templo, fundado pelos nobres ou senhores nas terras de sua propriedade, geralmente ao lado de sua casa. Convertia-se, muitas vezes, em paróquia, formando uma Vila.
     Freguesia: sede de uma igreja paroquial que servia para a administração civil. Era a categoria oficial a que era elevado um povoado quando nele havia uma capela administrada por um pároco, mantido à custa dos moradores, que lhe pagavam um valor anual para o seu sustento.
     Vila: unidade político-administrativa autônoma, equivalente ao município. Trazida de Portugal para o Brasil no início da colonização, durou até o século XIX. Toda vila tinha câmara municipal, cadeia e um pelourinho, símbolo de autonomia. O termo era empregado na colônia em lugar de município, pois este só podia ser utilizado na metrópole.
     Cidade: título concedido pelo Império às vilas e aos municípios até a Proclamação da República, em 1889. A partir da Constituição Republicana de 1891, os Estados têm autonomia para tornar um povoado em cidade.